Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Educação

HABILITAÇÃO MAGISTÉRIO: GRAU OU HABILITAÇÃO?

Mariangela Momo

PROJETO INICIAL

Introdução

Tendo em vista ampliar o conhecimento sobre a estrutura e o funcionamento do ensino de II grau temos como fundamental a necessidade de "visualizar", comprovar ou inferir nas instituições escolares os aspectos relacionados a elas que implicam em sua estrutura e funcionamento. Dessa forma acreditamos ser possível aprofundar estudos teóricos realizados em sala de aula como, organização curricular, legislação, formação de professores e outros.

Justificativa

Enfatizando a "evolução" e "ampliação", no decorrer dos anos, da formação de professores e a necessidade de um determinado contigente destes profissionais para atender a população escolarizável. Procurarei investigar as instâncias sociais (Estado, Município, ?união e rede privada) que contribuíram para tal fato.

Objetivo

Investigar possíveis relações existentes entre o número de matrículas oferecidas na rede estadual, municipal, federal e privada do ensino de segundo grau Magistério, por série, e o número de profissionais formados durante os anos de 1975, 1980, 1985, 1990 e 1995 no estado do Rio Grande do Sul em geral e em Porto Alegre e no interior do estado em particular.

Metodologia

Estudo da legislação que rege o ensino público estadual e de teóricos que tratam sobe o tema, coleta e análise de dados referentes a matrícula final e formados do curso de magistério de segundo grau por série e dependência administrativa no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre e no interior do estado nos anos de 1975, 1980, 1985, 1990 e 1990 e 1995.
 
 
 
 
 
 
 
 

MODIFICAÇÕES OCORRIDAS NO PROJETO INICIAL

Tendo em vista que com a edição da "Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus" (Lei 5.692), de 1971, o curso de magistério transformou-se em Habilitação Específica para o Magistério, em nível de 2º grau pretendia-se iniciar a análise pelos dados referentes ao ano de 1975. Visto que de 1971 até 1975 tal habilitação, segundo minha visão, já estaria estruturada de acordo com a lei. No entanto através da Secretaria Estadual da Educação o acesso aos dados necessários, matrícula final, inicial, concluintes e dependências administrativas referentes ao ano de 1975 não constam em forma de relatório total do Estado do Rio Grande do Sul, mas em forma de relatórios de cada Delegacia Regional de Ensino. Dessa forma a análise consta somente a partir do ano de 1980 sendo que pelos mesmos motivos acima mencionados as tabelas dos de 1980 e 1985 foram elaboradas a partir, não da matrícula final, mas da matrícula inicial; já o ano de 1990 foi possível elaborar tabelas distintas referentes a matrícula final e inicial. Quanto ao ano de 1995 os dados que constam nas tabelas são matrícula inicial, final e concluintes por série no entanto não constam as dependências administrativas.

Dessa forma o objetivo proposto, devido a insuficiência de dados, sofreu uma reelaboração. Procurou-se investigar a relação entre os dados coletados enfatizando as séries, matrícula inicial e final e as dependências administrativas afim de, além de constatar, inferir sobre a estrutura e o funcionamento do ensino de segundo grau magistério.

TABELA 1

Número de estabelecimentos e matrícula inicial do segundo grau na habilitação magistério segundo dependência administrativa e a série no ano de 1980 - Rio Grande do Sul
 
 
ESTADUAL
MUNICIPAL
FEDERAL
PARTICULAR
TOTAL
Nº Estab.
55
01
*
82
138
1a Série
3601
*
*
3456
7057
2a Série
2527
*
*
3282
5809
3a Série
2246
*
*
2738
4984
4a Série
06
*
*
*
06
MPB
*
*
*
*
*
Estágio
1656
11
*
2140
3807

TABELA 2

Concluintes da Habilitação Magistério 1979 - Rio Grande do Sul
 
MAGISTÉRIO
HABILITAÇÃO
GRAU
TOTAL 
4606
4851
FEDERAL
*
*
ESTADUAL
1950
2105
MUNICIPAL
22
12
PARTICULAR
2631
2734

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996.

TABELA 3

Número de estabelecimentos e matrícula inicial do segundo grau na habilitação magistério segundo dependência administrativa e a série no ano de 1980 e concluintes na capital do estado, Porto Alegre
 
 
ESTADUAL
MUNICIPAL
FEDERAL
PARTICULAR
TOTAL
N.º Estab.
4
*
*
8
12
1a Série
535
*
*
213
749
2a Série
286
*
*
270
556
3a Série
359
*
*
200
559
4a Série
06
*
*
*
06
MPB
232
*
*
*
*
Estágio
 
*
*
143
375

TABELA 4

Concluintes do ano de 1979
 
MAGISTÉRIO
HABILITAÇÃO
GRAU
TOTAL 
545
550
FEDERAL
*
*
ESTADUAL
310
322
MUNICIPAL
*
*
PARTICULAR
235
228

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996.
 
 
 
 

TABELA 5

Número de estabelecimentos e matrícula inicial do segundo grau na habilitação magistério segundo dependência administrativa e a série no ano de 1985 no estado do Rio Grande do Sul
 
 
ESTADUAL
MUNICIPAL
FEDERAL
PARTICULAR
TOTAL
N.º Estab.
63
*
*
93
156
1a Série
4184
*
*
5678
9862
2a Série
3661
*
*
6126
9817
3a Série
3084
*
*
5266
8350
4a Série
*
*
*
189
189
MPB
840
*
*
111
951
Estágio
         

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996

TABELA 6

Número de estabelecimentos e matrícula inicial do segundo grau na Habilitação Magistério, segundo dependência administrativa e a série no ano de 1985 na capital do estado, Porto Alegre
 
 
ESTADUAL
MUNICIPAL
FEDERAL
PARTICULAR
TOTAL
N.º Estab.
4
*
*
11
15
1a Série
319
*
*
433
752
2a Série
255
*
*
644
899
3a Série
270
*
*
681
951
4a Série
*
*
*
189
189
MPB
416
*
*
111
527
Estágio
         

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

TABELA 7

Matrícula inicial do segundo grau na habilitação Magistério, segundo dependência administrativa e a série no ano de 1990 no estado do Rio Grande do Sul.
 
 
 
 
ESTADUAL
MUNICIPAL
FEDERAL
PARTICULAR
TOTAL
N.º Estab.
         
1a Série
2795
*
*
2783
5578 
2a Série
2022
*
*
2539
4561
3a Série
1911
*
*
2695
4606
4a Série
105
*
*
124
229
MPB
448
*
*
410
858
Estágio
1757
*
*
2964
4721

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996

TABELA 8

Matrícula final e concluintes do segundo grau na habilitação Magistério segundo dependência administrativa e a série no ano de 1990 no estado do Rio Grande do Sul
 
 
ESTADUAL
MUNICIPAL
FEDERAL
PARTICULAR
TOTAL
N.º Estab.
         
1a Série
2487
*
*
2431
4918
2a Série
1970
*
*
2359
4229
3a Série
1849
*
*
2627
4476
4a Série
104
*
*
98
202
MPB
389
*
*
397
786
Estágio
1797
*
*
3118
4915
Concluintes
1842
*
*
3224
5066

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

TABELA 9

Matrícula inicial do segundo grau na Habilitação Magistério, segundo dependência administrativa e a série no ano de 1990 na capital do estado, Porto Alegre
 
 
ESTADUAL
MUNICIPAL
FEDERAL
PARTICULAR
TOTAL
N.º Estab.
         
1a Série
296
*
*
349
645
2a Série
240
*
*
221
461
3a Série
214
*
*
286
500
4a Série
*
*
*
74
74
MPB
*
*
*
218
218
Estágio
136
*
*
415
551

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996

TABELA 10

Matrícula final do segundo grau na Habilitação Magistério, segundo dependência administrativa e a série no ano de 1990 na capital do estado, Porto Alegre.
 
 
ESTADUAL
MUNICIPAL
FEDERAL
PARTICULAR
TOTAL
N.º Estab.
         
1a Série
305
*
*
303
608
2a Série
237
*
*
214
451
3a Série
233
*
*
278
511
4a Série
*
*
*
52
52
MPB
*
*
*
219
219
Estágio
169
*
*
393
562

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

TABELA 11

Matrícula inicial, final e concluintes do segundo grau na habilitação Magistério segundo a série no estado do Rio Grande do Sul no ano de 1995.
 
 
MATRÍCULA INICIAL
MATRÍCULA FINAL
CONCLUIN=

6486

1a Série
11138
9569
2a Série
8081
7365
3a Série
7231
6978
4a Série
1394
1343
5a Série
40
34
MPB
1460
1360
Estágio
3829
3848

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996

TABELA 12

Matrícula inicial, final e concluintes do segundo grau na habilitação Magistério da capital do estado do Rio Grande do Sul no ano de 1995 segundo a série.
 
 
MATRÍCULA INICIAL
MATRÍCULA FINAL
CONCLUIN=

448

1a Série
874
780
2a Série
544
490
3a Série
482
456
4a Série
248
231
MPB
*
*
Estágio
347
342

Fonte: DINF/DEPLAN/SE - RS,1996
 
 


ANÁLISA DOS DADOS COLETADOS

Cabe destacar que os dados coletados constam na tabela enumeradas de 1 a 12 as quais tomo0 como base para realizar a análise a seguir.
 
 
 
 

ANO: 1980

Verificando a tabela de n.º 1 (1980) percebemos que duas instância governamentais públicas atuam no magistério público; o estado e o município sendo que ambos somam um número de estabelecimentos inferior a rede particular de ensino. Quanto a instância municipal possui apenas um estabelecimento o qual, segundo a tabela número 3, podemos inferir esta situado no interior do estado. Quanto ao número de matrícula por série percebemos que na rede estadual as matrículas diminuem de acordo com a série, maior número na primeira e menor na quarta (existência de magistério de quatro séries); já na rede particular ocorre o mesmo decréscimo, mas em menor proporção. Conseqüentemente ao maior número de estabelecimentos, o maior número de matrículas oferecidas é proporcionado pela rede particular, a qual possui magistério constituído apenas por três séries e pelo período de estágio. Quanto aos concluintes do ano de 1979 ( tabela n.º 2) a rede particular teve o maior número de formandos, tanto na habilitação, quanto no grau, e que a rede municipal tem um número consideravelmente elevado de concluintes, se comparado com o número de matrículas iniciais oferecidas no ano seguinte ( 1980, Tabela nº1).

Em relação ao município de Porto Alegre (tabelas nas 3 e 4) é também a rede particular de ensino que possui o maior número de estabelecimento, no entanto oferece um número de matrículas inferior a rede pública, que é constituída somente por instituições Estaduais. O número de matrículas decresce na rede estadual, sendo que possui um número bem reduzido na quarta série, o que indica a existência, quase que totalitária, do magistério de três séries e estágio. Já na rede particular ocorre um aumento considerável da primeira para a segunda série, reduzindo um pouco na terceira série. Quanto aos concluintes do ano de 1979, o maior número consiste, como total, no grau e na habilitação, sendo que a rede estadual foi quem mais formou.
 
 

ANO DE 1985:

No ano de 1985 no Estado do Rio Grande do Sul (anos tabela n.º 5), novamente, é a rede particular que possui o maior número de estabelecimentos e oferece o maior número de matrículas. A inovação é que essa rede passa a oferecer magistério constituído por quatro séries e matrícula por disciplina. Já o estado extingue a quarta série, mas passa a oferecer também matrícula por disciplina em um número consideravelmente superior ao estado. Outro dado interessante é que neste ano, e nos seguintes analisados, a única instância pública que oferece o Magistério de segundo grau é o Estado, pois a "iniciativa" por parte do município que encontramos no ano de q980 não mais existe o que permite supor que já o decréscimo entre o número de formandos de 1979 e o número de matrículas em 1980 (todas situadas no Estágio) é um forte indicativo de extinção. Novamente ocorre um aumento considerável na rede privada entre a primeira e a segunda série diminuindo na terceira série. Já no estado o decréscimo é sucessivo de acordo com a progressão das séries. Quanto ao número de matrículas no seu total, salta aos olhos, o aumento progressivo e acentuado em relação ao ano de 1980.

Na capital (tabela n.º 6) a matrícula por disciplina também passa a ser oferecida compreendendo praticamente metade do número oferecido em todo estado. Ocorre o aumento do número de estabelecimentos particulares, enquanto os da rede estadual permanecem no mesmo número. No entanto, o número de matrículas "particulares" não supera em "alto grau" as matrículas "estaduais". Quanto ao número de matrículas por série mais uma vez decresce na rede estadual da primeira para a segundam, tendo um pequeno aumento na terceira e na rede particular aumenta da primeira à terceira sendo que a quarta série (não oferecida no ano de 1980) é formada por um número reduzido de matrículas o que indica provavelmente o pouco tempo de sua existência ou um número reduzido de estabelecimentos que a oferecem.
 
 

ANO DE 1990.

Reportando-se à matrícula inicial do ano de 1990 (tabela n.º 7) constatamos, e isso é "gritante", uma diminuição maciça do número de matrículas, por série e no total, tanto na rede estadual, quanto na rede particular de ensino, tendo como ponto de referência para essa afirmativa as matrículas do ano de 1985. O decréscimo na matrícula por série é evidente nas duas redes que oferecem o magistério de segundo grau. A desistência ou evasão são altíssimos ao verificarmos a matrícula final dessas instâncias (tabela n.º 8). O ensino estadual passa a oferecer magistério formado por quatro séries e continua oferecendo matrícula por disciplina, enquanto a rede privada aumenta o número de matrícula nessas instâncias. Dessa vez, uma curiosidade, na rede privada ocorre a diminuição do número de alunos da primeira para a segunda série aumentando desta para a terceira tanto na matrícula inicial quanto na final. Na rede Estadual a progressão em termos de diminuição ocorre nas duas matrículas da série de menor grau para de maior.

Quanto a Porto Alegre a "situação" é muito parecida com a do estado. Diminui o número de matrículas por séries nas duas redes de ensino. O estado deixa de oferecer matrícula por disciplina e o decréscimo no número de matrículas é evidente, tanto na matrícula inicial, quanto final, aumentando de acordo com a progressão da série o que também indica evasão ou transferência de curso. quanto a rede particular a questão do número de matrículas é praticamente a mesma sendo que sua diminuição - entre matrícula final e inicial - só não ocorre no matrícula por disciplina.
 
 

ANO DE 1995

Buscando a relação entre o número de matrículas inicial e final no estado do Rio Grande do Sul em seu total, sem discernimento da dependência administrativa, através da tabela número onze constatando sua diminuição enfática em todas as séries inclusive na Matrícula por disciplina salvo o estágio que teve um pequeno aumento isso relativo tanto ao ano de 1990, quanto entre a comparação das matrículas. O número de concluintes é praticamente o dobro do número de estagiários o que indica um grande número de pessoas formando-se apenas no grau e não na habilitação. A novidade é a quinta série do ensino de segundo grau.

Para Porto Alegre a situação neste ano, novamente, é muito parecida com a do Estado. No entanto, no município ocorre um grande aumento do número de matrículas por série tendo com referência o ano de 1990, mas a diminuição ocorre entre as séries e entre a matrícula inicial e final. Indicando novamente evasão ou transferência de curso. O número de concluintes superior ao de estagiários demonstra, mais uma vez a opção pelo grau e não pela habilitação. Continua a não oferecer matrícula por disciplina, mas inova oferecendo o magistério composto por quatro séries.
 
 

REFLEXÕES E INFERÊNCIAS

Tomando como base a análise dos dados é possível destacar algumas questões gerais que refletem a situação geral do Magistério de segundo grau.

A rede particular de ensino possui o maior número de estabelecimentos e oferece o maior número de matrículas o que confere um caráter comercial ao mesmo. Percebe-se uma certa iniciativa municipal nos anos 80, no entanto não prossegue, acredito, que por vários fatores como os recursos financeiros e até mesmo a própria Lei de Diretrizes e Bases. Se tomarmos como base o que diz PIMENTA (1992)

"(...) a iniciativa privada é o agente implementador da política de privatização do ensino, implantada e encorajada pelo Estado, desencadeando-se, entre outras, a caracterização do "conteúdo do ensino totalmente tecnificado". Resulta desse processo a constituição, efetivamente, de dois sistemas de educação no país, o público e o privado" (p.50)
 
Colocaremos em questão a qualidade do ensino nos cursos de Magistério. E tal qualidade deve mesmo ser questionada principalmente por parte do estado visto que ele é o principal responsável pelo ensino de primeiro grau. No entanto se demostra ao longo do processo, através do oferecimento de um número menor de matrículas, o não interesse em abranger totalmente a formação dos futuros responsáveis pelo ensino de primeiro grau. Como então garantir a qualidade do ensino fundamental? Não que eu esteja afirmando a existência de qualidade superior na escola pública, estou sim tomando por base, novamente, o que diz PIMENTA (1992) "Cada vez mais os educadores se convencem da importância da escola pública como condição para a conquista da cidadania e, por conseqüência, dos direitos de participação plena na vida econômica, política e cultural da sociedade. A universalização desse propósito é dada pela universalização do ensino fundamental, ou seja, o acesso e a permanência na escola a todos a fim de que se apropriem dos conteúdos e habilidades que constituem a escolarização básica"
 
Quanto à permanência percebe-se claro e principalmente nos anos de 1990 e 1995 que ela não é assegurada e isso remete a uma análise mais ampla da sociedade na medida em que percebemos, por exemplo, a excessiva diminuição pela procura em se formar não pelas habilitação, mas somente pelo grau, Qual o sentido então, nesse sentido, da existência de um curso de habilitação específica? Parece-me que sentido existe e reflete-se principalmente na procura pelo magistério na rede privada, mas o interessante é que a procura aumenta sobretudo a partir da segunda série onde constata-se o aumento do número de matrículas. Ou seja, pode-se até supor que por ser o primeiro ano voltado a conhecimentos "gerais" o aluno pode cursá-lo em uma escola pública para depois ingressar, já no segundo ano, no magistério da rede privada. No entanto, a diminuição do número de alunos, na rede estadual, entre as séries coloca em vigor novamente a questão anteriormente citada e ainda suscita outra: Estariam esses alunos procurando apenas uma saída para formarem-se no segundo grau e por isso "desistem" no meio do caminho?

No entanto, parece que a busca pela qualidade possui um certo indício de existir e manifesta-se principalmente na implementação tanto na rede estadual quanto particular, última década, do magistério de quatro anos, o que vem ao encontro da lei.

Quanto à capital do estado em várias situações de certa forma reflete a situação do Rio Grande do sul, principalmente, em termos de estruturação, evasão e transferências.

É interessante pensar sobre o processo ocorrido de 1980 a 1995, através de indícios proporcionados por marcadores acima analisados. Por exemplo, inicialmente percebe-se um investimento em termos de aumento de estabelecimento de ensino e a ampliação do número de matrículas. No entanto, o decréscimo ocorre ao longo dos anos e entre as séries, influenciando diretamente no número total de matrículas; evidencia-se, claramente, nos anos de 1990 e 1995.

Para melhor compreender essas questões e contribuir favoravelmente ao ensino público estadual e aos curso de Magistério seria necessário então, verificar a demanda do mercado de trabalho, o estado em que se encontra e a tendência em termos profissionais das pessoas que a este curso se dirigem ou nele se formam. No entanto, os dados aqui contidos podem apenas contribuir para inferências fazendo-se necessário a constatação por meio de outros instrumentos.
 



 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PIMENTA, Selma Garrido e GONÇALVES, Carlos Luiz. Revendo o Ensino de Segundo Grau. Propondo a Formação de Professores. São Paulo: Ed. Cortez, 1992.