Roteadores ATM Edge


A maioria dos roteadores existentes no mercado estão otimizados para realizar uma carga balançada do tráfego de entrada e saída utilizando várias interfaces. Quando um roteador possui uma ATM UNI, não é garantido que ele consiga trabalhar com a estrutura ATM, podendo ocasionar dificuldades na criação de redes virtuais.

A empresa Netedge foi a pioneira na construção de um roteador denominado Edge. Suas principais características são: baixo custo, latências internas muito baixas, interface ATM, roteamento, comutação de LANs Ethernet, token ring, FDDI e T1. Foi desenvolvido sobre uma arquitetura assimétrica, onde possui três processadores RISC (Reduced Instruction Set Computer) de 50 MIPS (Milhões de Instruções por Segundo) e uma memória compartilhada de tamanho razoável. Cada CPU (Central Processing Unit) se dedica a um conjunto próprio de tarefas: cálculos de rotas e gerenciamento, transmissão em alta velocidade e gerenciamento das conexões ATM.

Este tipo de roteador ainda não é o ideal, pois introduz um atraso de transmissão na ordem de centésimos a milésimos de microsegundos, inadmissíveis em uma estrutura ATM.

Este modelo é uma extensão da arquitetura ATM LAN emulada. O roteador Edge, além de mapear os endereços MAC e de sub-rede em endereços ATM, possui um servidor ATM multicast que habilita o roteador a manter atualizadas as tabelas de roteamento (OSPF - Open Shortest Path First, IGRP - Interior Gateway Routing Protocol, RIP - Routing Information Protocol). A característica multicast permite aos roteadores localizar subredes que estão adjacentes a rede ATM.

Para localizar uma subrede IP, o roteador origem envia um ARP para o canal multicast do ATM dedicado ao IP (figura 3.3). Todos os roteadores que controlam o IP recebem o ARP. O roteador remoto que conhece como acessar a subrede destino, responde com um endereço ATM. Depois de obter o endereço, o roteador origem abre um circuito virtual com o roteador remoto utilizando a interface Q.2931, envia o tráfego ao roteador destino, o qual encaminha as mensagens a estação final.

Esta arquitetura cria subredes virtuais que permitem que uma única subrede ultrapasse os múltiplos segmentos da rede local no backbone local. São baseadas no nível 3 de informação e podem ser utilizadas para conter broadcasts e acessos desautorizados. São definidas configurando portas e estações finais com o endereço da subrede padrão. O protocolo IPX (Internetwork Packet Exchange) realiza esta configuração dinamicamente, enquanto o protocolo IP realiza manualmente.

Existem algumas diferenças entre as subredes virtuais e as redes virtuais comutadas. Nas subredes virtuais, os segmentos são estabelecidos para cada protocolo de roteamento (IP, IPX, DECnet), diferentes meios (FDDI, Token Ring, Ethernet) podem participar do mesmo segmento e, a movimentação de estações dentro da subrede não necessita reconfiguração no endereço. Como nas redes virtuais comutadas, a movimentação de estações para fora da subrede virtual exige configuração manual.

Alguns protocolos como OSPF, RIP não suportam subredes multisegmentadas e exigem tratamento especial.